sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Brasil, o país da pizza.


Por : Sukaine H. Hejaije


Dos quase 45 políticos, assessores e funcionários políticos envolvidos em casos de corrupção no Brasil, apenas dois ainda estão presos.
Quase 10 dentre eles foram eleitos, reeleitos ou mantiveram-se em seus cargos. Os restantes, abriram empresas, investiram em um novo negócio ou simplesmente se aposentaram no que faziam e levam a vida da melhor maneira possível com direito a todo luxo e regalias.
Mas a questão da impunidade não está cercada apenas no setor político e econômico do país, muitos outros criminosos, que infligiram a lei e confessaram seus crimes continuam vivendo livremente como um cidadão comum, como é o caso do jornalista Pimenta Neves que assumiu o assassinato de sua ex namorada, depois de ter fugido, foi condenado e hoje vive em regime de hábeas corpus esperando calmamente o seu julgamento definitivo.
No crime do colarinho branco os mais famosos como Fernando Collor (eleito em 2006 senador por Alagoas) Paulo Maluf (eleito em 2006 deputado federal com a maioria dos votos de São Paulo) e Jader Baralho (eleito em 2006 como deputado federal no Pará) os três ainda respondendo pelos processos, não só vivem livres e eleitos para cargos de alto escalão dentro da câmara como também matem o apreço e admiração de seus eleitores.
Para a maioria das pessoas que seguem essa “novela da corrupção” o que é mais intrigante dentro dessa história toda é entender como é possível a população reclamar tanto de tantas corrupções e continuar colocando os autores dos mesmos crimes em que o próprio eleitorado julga, de volta a roda política.
Como prova, os envolvidos eleitos em cargos que exigem grande empenho de lealdade para a população, foram os que mais obtiveram votos nas eleições do ano passado.
A pergunta que circula a cabeça do trabalhador e pagador de impostos é: Será que o Brasil tem memória curta, ou será que o jeito “brasileirinho” vale também dentro do poder judiciário?
De acordo com a revista Veja da edição 15/agosto/07 alguns casos de escândalos envolvendo políticos, empresários e servidores públicos, formaram operações que ocorreram até o final de 2004, como Anaconda, Gafanhoto, Sentinela entre outros.
Cerca de uma maioria dos 30% que foram presos nessas operações apenas de 0 á 3% foram julgados e atualmente, nenhum está preso.
Ainda assim, não há com o que nos preocuparmos com a situação, porque se tudo der errado, ainda poderemos sair vendendo pizzas.


Em 21/08/2007.

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